App Rede Damas Educacional

Baixe gratuitamente o aplicativo
Rede Damas para pais e alunos.

App Rede Damas Educacional

Usar

Baixe gratuitamente o aplicativo
Rede Damas para pais e alunos.

App Rede Damas Educacional

Ex-alunos homenageiam Professor José Luiz

11/10/2016 às 11h30

A noite da última quinta-feira(06), foi de muita emoção em nosso ginásio de esportes. Mais 120 ex-alunos do nosso colégio resolveram homenagear o professor que mais amaram nestes 50 anos de história do Madalena Sofia: José Luiz, professor de Educação Física e de Voleibol.

Tudo foi feito com o máximo de segredo, sem que o professor desconfiasse de nada. Assim, às 20 horas, os ex-alunos interromperam um treinamento do Zé e invadiram a quadra uniformizados e cantando “Somos todos Zé”.

A emoção veio à tona e muitos foram abraça-lo, ao mesmo tempo em que faziam selfies. Em seguida, Zé foi levado para o Espaço Me. Bernadette, onde assistiu a um vídeo com fotos de sua caminhada como professor, ouviu depoimentos emocionados e recebeu um álbum de fotos, uma medalha e um troféu, especialmente feitos para ele.

Ao final, um lanche para todos, muitas histórias contadas sobre o voleibol do Madalena Sofia e a promessa da volta de todos nos Jogos dos Ex-alunos, a serem realizados de 21 a 26 de novembro.

Leia abaixo o depoimento escrito pelo ex-aluno e atleta do vôlei da turma de 1993, Rafael Feitosa.

Mais do que um exemplo, uma referência

Rafael Feitosa d’Almeida

Ex-aluno e atleta do vôlei – Turma 1993

É impressionante como tudo muda. Nada é permanente, exceto a mudança, já dizia Heráclito muitos anos antes de Cristo. Nascemos totalmente dependentes, crescemos desejando a liberdade e quando a conquistamos ela nos recebe sorridente, mas nos entrega um pacote de desafios.

Saímos das sombras da dependência, passamos a ter responsabilidades. Nada a ver com o passado, quando a nossa única preocupação era gerenciar a vida de estudante e as participações em encontros sociais. Hoje administramos problemas com a obrigação de achar soluções. Afinal, existem vidas que dependem de nós, emocional ou materialmente.

Evidentemente somos o resultado de tudo isso. Nossos alicerces foram construídos à base de virtudes e defeitos, de perdas e ganhos, de alegrias e tristezas. Mas não podemos esquecer que as grandes vigas que sustentaram – e ainda sustentam – nossa edificação interna foram concretadas por pessoas de carne e osso. E algumas deixaram de ser apenas exemplos e passaram a ser nossas referências.

Falo isso porque o exemplo é tudo aquilo que pode ou deve ser imitado, enquanto a referência é o conjunto de qualidades ou características que são tomadas como modelo. O exemplo é o modelo, enquanto a referência é a estrutura, a espinha dorsal sobre a qual o modelo ganha forma, deixando de ser um ato isoladamente considerado para converter-se num padrão por excelência.

Vivemos agora uma época em que tudo é muito rápido. Tem-se muita informação e pouco tempo para saber o que fazer com ela. Nesse contexto, o esporte parece ser coisa de quem não quer nada com a vida. É duro, mas no Brasil, vida estudantil e prática esportiva não se misturam; são líquidos imiscíveis, como água e óleo.

Lembro o quanto nos esforçávamos para não faltar a uma aula do vôlei. Não havia tempo ruim. Esperávamos o ano todo para fazer uma viagem que parecia não chegar nunca, tamanha era nossa sede de jogar.

Nossa devoção era de tal forma que não ir ao treino era uma pena comumente adotada pelos nossos pais como forma de nos compelir a estudar. É isso mesmo: nós estudávamos. Naquela época, não vivíamos o culto ao corpo, mas descobriríamos anos mais tarde que todo aquele esforço havia sido uma forma utilizada por Deus para nos moldar o caráter, legando-nos uma visão mais holística e humana das coisas.

Todos os professores que passaram pelo vôlei foram importantes e serviram de exemplo para nós, mas o Zé Luiz teve um algo a mais. Seu jeito tímido e retraído na vida pessoal nada tinha a ver com o professor exigente que nos cobrava os detalhes, a perfeição dos fundamentos, e que externava sua indignação durante os jogos, quando errávamos o trivial. Há quem diga que o próprio Bernardinho espelhou-se nele para construir suas caras e bocas.

Temos muito a agradecer ao esporte, mas temos muito mais a agradecer ao Zé. Na sua generosidade, ele nos ajudou a enfrentar o mundo de desafios e possibilidades que nos esperava, de uma forma totalmente despretensiosa, sem esperar nada em troca. Algo digno de sua grandeza, em que pese sua baixa estatura.

Gratidão é pouco, e seria muito difícil para nós encontrar os adjetivos certos para definir aquilo que o Zé verdadeiramente é. Ele é mais do que um exemplo; é para nós uma referência, algo que o tempo não apaga. Não temos dúvida de que hoje, se vivo fosse, Heráclito revisaria o seu conceito e sentenciaria: “Nada é permanente, exceto a mudança e o Zé”.

A referência, pois, é uma construção do tempo. E é por isso que precisamos revisitar nossas atitudes sempre, a fim de que os contornos do modelo desenhado a partir das nossas atitudes fiquem bem delineados, para que o molde não nasça distorcido.

Que hoje possamos refletir sobre as mensagens que estamos passando para aqueles que se espelham em nós. Bem ou mal, já somos um exemplo para eles. Mas, se algum dia galgarmos mais um degrau nessa escala evolutiva, que nos contentemos em ser, pelo menos, parte daquilo que o Zé foi para nós. Isso, por si só, já é muito!

Siga-nos no Instagram!

calendar_month
Agende sua Visita
keyboard_arrow_up